terça-feira, 15 de julho de 2014

I N S T A N T E S - Texto Sobre Flexibilidade de Atribuido a Jorge Luis Borges

O texto a seguir foi compartilhado pelo professor Joseval Miranda, na aula do dia 28 de maio de 2014, da disciplina de Avaliação da Aprendizagem, no curso de Ciência da Computação. Na turma, vários alunos teve sua interpretação a respeito do texto compartilhado e lido, assim pude contribuir com a seguinte reflexão a respeito dele: percebe-se que o autor se lamente pela vida que tivera, demostra não ter tido uma vida boa, uma vida feliz, pois tinha medo de arriscar. Assim, nas últimas chamas da vida se arrepende de não ter arriscado mais, de ter quebrado algumas regras, enfim, de ter vivido realmente a vida. Quando menciono “ter vivido realmente a vida” é no sentido dele ter aproveitado mais sua vida, ter contemplado coisas importantes para a felicidade, onde ele tinha receios de contempla-las.

  Logo abaixo disponibilizo o texto, o qual está disponível no link: http://www.williamdouglas.com.br/painelcontrole/uploads/I%20n%20s%20t%20a%20n%20t%20e%20s.pdf.


I N S T A N T E S
TEXTO SOBRE FLEXIBILIDADE DE ATRIBUIDO A JORGE LUIS BORGES*

Se eu pudesse viver novamente a minha vida,
na próxima,trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.

Seria mais tolo ainda do que tenho sido.
Na verdade, bem pouca coisa levaria a sério.
Seria menos higiênico.
Correria mais riscos, viajaria mais,
contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas,
nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nuca fui,
tomaria mais sorvete e comeria menos lentilha,
teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.
Eu fui ima dessas pessoas que viveu
sensata e produtivamente cada minuto da sua vida.
Claro que tive momentos de alegria.
Mas se pudesse voltar a viver, trataria de ter
somente momentos bons.
Porque, se não sabes, disso é feito a vida.
Não percas o agora.
Eu era um desses que nunca ia a parte alguma
sem um termômetro, uma bolsa de água quente,
um guarda-chuva e um pára-quedas;
se voltasse a viver, começaria a andar descalço no meio da primavera
e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças,
se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos e sei que estou morrendo.

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* Texto atribuído a um dos maiores escritores do século XX, Jorge Luis Borges, falecido em 1987.  Alguns estudiosos da sua obra negam-lhe a autoria do texto, atribuindo-a a Autor Desconhecido. O  próprio Borges já havia negado a autoria do texto

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