Neste texto o
autor destaca um tema clássico e polêmico das escolas, o exame. Aborda seus
conceitos, interferências e resultados, bem como as formas que são executados.
O autor afirma
que o exame vem trazendo inúmeros problemas à educação, quando diz que a
atribuição de notas ao trabalho escolar foi uma herança do século XIX à
pedagogia. Afirma ainda que se o exame não for um problema ligado ao
conhecimento, portanto é um problema marcado pelas questões sociais.
Segundo
Barriga o exame é um instrumento que não pode por si mesmo resolver os
problemas gerados em outras instâncias sociais. Afirma também que o exame é um
espaço social superdimensionado. E ainda, segundo ele, o autor, o exame é um
espaço de inversões de relações.
Barriga afirma
que uma das funções do exame é determinar se um sujeito pode ser promovido de
uma série para a outra; permitir o ingresso de um indivíduo em um sistema
particular ou legitimar o saber de um indivíduo através da certificação ou da
outorga de um título profissional.
Ele ainda diz
que o exame realiza uma inversão entre os problemas de método e os de
rendimento. O exame trata de atingir formas de controle individual e sua
extensão a formas de controle social.
Segundo o
autor o teste foi considerado como um instrumento científico, válido e objetivo
que poderia determinar uma infinidade de fatores psicológicos de um indivíduo.
E o resultado dos testes de inteligências era utilizado para justificar a
necessidade de eliminar aos que não deviam estar na escola.
Os usos
educativos dos testes no plano ideológico, segundo o autor, possibilitaram que
na escola se apresentasse o debate biologista sobre as diferenças individuais.
No plano político os testes de inteligências e aprendizagem permitiam
justificar o acesso à escola de acordo as condições individuais.
O autor pontua
que na atualidade toda noção de avaliação da aprendizagem remete a uma medição,
ou seja, o pensamento se encontra estruturado em determinados tipos de processos
simbólicos que quando são verbalizados nem sempre são traduzidos para a palavra
adequada, dado que esta pode não existir na linguagem lógica.
Assim o exame
se converteu num instrumento adequado para a perversão das relações
pedagógicas. Estas não se prendem mais ao desejo de saber. As escolas estão
preocupadas apenas com as notas, com isso perdendo o verdadeiro sentido do
exame. Contudo, o exame é o problema central da educação. A saída para a
educação deve ser construída a partir da elaboração dos problemas que ela
enfrenta.
REFERÊNCIA
BARRIGA. Angel Diaz. Uma polêmica
em relação ao exame. In: ESTEBAN, Maria Teresa (Org.). Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. 5. Ed. Rio de
Janeiro: DP&A, 2003, p. 51-82.
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