terça-feira, 1 de julho de 2014

SÍNTESE DO TEXTO “UMA POLÊMICA EM RELAÇÃO AO EXAME”


Ángel Díaz Barriga

Neste texto o autor destaca um tema clássico e polêmico das escolas, o exame. Aborda seus conceitos, interferências e resultados, bem como as formas que são executados.
O autor afirma que o exame vem trazendo inúmeros problemas à educação, quando diz que a atribuição de notas ao trabalho escolar foi uma herança do século XIX à pedagogia. Afirma ainda que se o exame não for um problema ligado ao conhecimento, portanto é um problema marcado pelas questões sociais.

Segundo Barriga o exame é um instrumento que não pode por si mesmo resolver os problemas gerados em outras instâncias sociais. Afirma também que o exame é um espaço social superdimensionado. E ainda, segundo ele, o autor, o exame é um espaço de inversões de relações.
Barriga afirma que uma das funções do exame é determinar se um sujeito pode ser promovido de uma série para a outra; permitir o ingresso de um indivíduo em um sistema particular ou legitimar o saber de um indivíduo através da certificação ou da outorga de um título profissional.
Ele ainda diz que o exame realiza uma inversão entre os problemas de método e os de rendimento. O exame trata de atingir formas de controle individual e sua extensão a formas de controle social.
Segundo o autor o teste foi considerado como um instrumento científico, válido e objetivo que poderia determinar uma infinidade de fatores psicológicos de um indivíduo. E o resultado dos testes de inteligências era utilizado para justificar a necessidade de eliminar aos que não deviam estar na escola.
Os usos educativos dos testes no plano ideológico, segundo o autor, possibilitaram que na escola se apresentasse o debate biologista sobre as diferenças individuais. No plano político os testes de inteligências e aprendizagem permitiam justificar o acesso à escola de acordo as condições individuais.
O autor pontua que na atualidade toda noção de avaliação da aprendizagem remete a uma medição, ou seja, o pensamento se encontra estruturado em determinados tipos de processos simbólicos que quando são verbalizados nem sempre são traduzidos para a palavra adequada, dado que esta pode não existir na linguagem lógica.
Assim o exame se converteu num instrumento adequado para a perversão das relações pedagógicas. Estas não se prendem mais ao desejo de saber. As escolas estão preocupadas apenas com as notas, com isso perdendo o verdadeiro sentido do exame. Contudo, o exame é o problema central da educação. A saída para a educação deve ser construída a partir da elaboração dos problemas que ela enfrenta.


REFERÊNCIA


BARRIGA. Angel Diaz. Uma polêmica em relação ao exame. In: ESTEBAN, Maria Teresa (Org.). Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. 5. Ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2003, p. 51-82.

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