terça-feira, 15 de julho de 2014

Seminário 1 - Avaliação Educacional Escolar: para além do autoritarismo

O seminário apresentado pelos alunos Robson e Jonnathann nos trouxe à reflexão dos tipos de práticas de avaliações tradicionais e atuais, onde, em muitas delas, o autoritarismo prevalecia. O seminário iniciou-se com Jonnathann introduzindo o tema. Ele prosseguiu abordando sobre as pedagogias hegemônicas na qual se inicializou historicamente nos períodos subsequentes à Revolução Francesa. Outros assuntos abordados pelos dois alunos foram: A pedagogia tradicional; Pedagogia renovada; Pedagogia tecnicista; Pedagogia libertadora; Pedagogia libertária e; Pedagogia dos conteúdos socioculturais. Eles explanaram o tema Domesticação X Humanização, deixando claro que para a domesticação prevalece a pedagogia tradicional, pedagogia renovada e pedagogia tecnicista, e a humanização prevalece as práticas da pedagogia libertadora, pedagogia libertária e pedagogia sociocultural.

Na exploração do tema: Pedagogia Libertária, explorada pelo aluno Robson, uma de suas falas que me chamou a atenção foi “O aluno passa a ser o próprio gestor de seu conhecimento”. Assim deixa claro que com essa pedagogia em ação o aluno terá liberdade em traçar e escolher seu próprio caminho onde o levará ao conhecimento. Ele será o próprio “construtor” de seu conhecimento.

Os alunos exibiram um vídeo da Ivaneide Moreira (pós-graduanda), onde mostrava-se a Autoridade X Autoritarismo. Em uma de suas frases, Ivaneide diz: “Se falo em autoridade eu falo em poder”. De fato, pois quando se há poder sobre algo ou alguém, a autoridade, de quem está o poder, prevalece. E ela ainda diz: “O poder da sala de aula está nas mãos do professor”. Sabemos bem que na sala de aula a autoridade prevalecida é a do professor, portando o poder está com ele. Assim o professor dita e a turma, devidamente, obedece.

Robson e Jonnathann finalizaram sua apresentação mostrando a atual prática de avaliação educacional escolar, e ressaltaram suas conclusões a respeito do texto explanado e exposto no seminário, do autor Carlos Cipriano Luckesi.

Logo abaixo encontra-se a síntese elaborada pelos alunos da apresentação do seminário, a qual foi distribuída aos alunos em sala.



Síntese do texto: “Avaliação Educacional Escolar: para além do autoritarismo”.
Carlos Cipriano Luckesi

Luckesi em seu texto explana a questão do autoritarismo no contexto da avaliação escolar. Ele busca mostrar o desenvolvimento e avanço dos limites autoritários em relação a avaliação escolar. É apresentado durante o texto que a avaliação educacional e a de aprendizagem são meios que não possuem os fins em si mesmas, pois elas estão limitadas pelas práticas e teorias que as correspondem, voltadas para uma pedagogia que atende a uma concepção de sociedade.

No autoritarismo a prática da avaliação se manifesta de forma autoritária, estando inserida dentro de um modelo teórico de conservação e reprodução exata da sociedade. Sendo assim o Luckesi pretende acabar com esses entendimentos autoritários e rígidos e, dessa forma, propõe um desmembramento, no contexto pedagógico, ou seja, a avaliação é entendida como um mecanismo de transformação social. 

Contextos pedagógicos para a prática da avaliação educacional

A avaliação da aprendizagem escolar no Brasil segue um modelo tradicional conservador, pois herda características de uma burguesia revolucionária que durante o período da Revolução Francesa onde essa produziu três tipos de pedagogias diferentes: tradicional (centrada na transmissão de conteúdo, tendo o professor como figura central e única de conhecimento); renovada ou escolanovista (valoriza os sentimentos e as palavras de cada aluno na produção do conhecimento); tecnicista (tem como base o uso dos meios técnicos levando-se em conta o rendimento do aluno). Todas essas formas são sustentadas pela tradição, que visa uma equalização social. Mas, não teve o efeito desejado já que este modelo social não o permitia. Era preciso, para tanto, um outro modelo social. Assim, foi surgindo uma nova pedagogia e uma nova maneira de pensar o aprendizado escolar.
Assim, surgiu a pedagogia libertadora que possui como foco nos estudos de Paulo Freire pela emancipação das classes populares através da conscientização cultural e política fora dos muros da escola; libertária, representada pelos anti-autoritários e autogestionários, lutando pela conscientização e organização política dos alunos;  e a pedagogia dos conteúdos socioculturais (estudada pelo grupo do professor Dermeval Saviani, centrada na transmissão e apreensão dos conteúdos no contexto de uma prática social).
Enquanto de um lado estariam as pedagogias de domesticação, de conservação e reprodução de conceitos, o outro lado estaria preocupado com a humanização, com a reflexão e emancipação do sujeito. O primeiro grupo de pedagogias está preocupado com a reprodução e conservação da sociedade e, o segundo, voltado para as perspectivas e possibilidades de transformação social. Cada grupo reflete em sua avaliação os seus princípios. A do modelo liberal conservador será autoritária, rígida, ao contrário da avaliação das outras pedagogias que estão centradas na transformação e autonomia do aluno. Assim, a avaliação se tornará um mecanismo de diagnóstico e não como uma situação de condição disciplinadora. 

A atual prática da avaliação educacional escolar: manifestação do autoritarismo

Segundo Luckesi, a avaliação é um julgamento de valor que tem como objetivo medir qualitativamente uma dada situação da realidade de ensino. Se considerarmos a prática autoritária, a avaliação é um componente de decisão somente relacionado ao professor sendo assim apenas classificatória, generalista. Desse modo a avaliação se torna um instrumento estático, impedindo o processo de crescimento. Seguindo a função diagnóstica, proposta pelas novas pedagogias, têm-se um processo de constante desenvolvimento para a autonomia do aluno tornando-o consciente de seu aprendizado.
Assim para extinguir o autoritarismo é preciso mudar a forma como é vista a avaliação nos dias atuais através da mudança da prática avaliativa em um instrumento diagnóstico para o crescimento dos educandos. A avaliação deverá analisar a aprendizagem real do aluno observando todo o processo de aprendizagem do conhecimento, garantindo seu crescimento para a autonomia, garantindo a democracia, uma prática de uma nova reflexão de seu consciente, de um novo modo de se pensar a realidade educacional.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação Educacional Escolar: para além do autoritarismo. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições.22.Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p.61-65.

Veja abaixo os slides utilizado pelos alunos na apresentação do seminário.


4 comentários:

  1. Boa tarde, muito bom esse texto, vai me ajudar muito, obrigada.

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  2. Boa tarde, muito bom esse texto, vai me ajudar muito, obrigada.

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  3. Boa tarde, muito bom esse texto, vai me ajudar muito, obrigada.

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    1. Que bom, fico muito feliz por poder estar contribuindo.
      Bons estudos!

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