Foi proposto pelo professor Joseval Miranda da disciplina de Avaliação da Aprendizagem, a produção, por cada aluno, da história de vida estudantil visando a avaliação executada durante essa trajetória, com entrega no dia 25 de junho de 2014.
Não foi fácil para mim lembrar de alguns detalhes das avaliações nas quais fui submetido durante minha vida estudantil, mas cumpri a tarefa. Veja o resultado a seguir.
AS AVALIAÇÕES QUE FIZERAM
PARTE DE MINHA TRAJETÓRIA ESTUDANTIL
Cosmo Matias Gomes
Lembrar-me
das avalições em que fui submetido, para mim está sendo um desafio, pois lembrar-me
do passado em detalhes é difícil. Caracterizo como pouca memória, tudo passa em
minha vida, mas lembrar nos mínimos detalhes, ainda apresento inúmeras
dificuldades. Porém, como fui submetido a esse desafio na disciplina de Avalição da Aprendizagem, pelo professor
Joseval Miranda, não poderia fugir, portando vamos ao “baú”.
Da
1ª à 3ª série do Ensino Fundamental me recordo muito bem das provinhas que fazia
nos períodos comemorativos. Sim, as provinhas da Páscoa, do São João, do Natal,
tinha outros períodos, mas no momento não me recordo. Parece estranho, não sei
se em outras escolas acontecia esse mesmo sistema. Na verdade esses períodos
são exatamente os bimestres, pois a cada bimestre se tinha um período/data
comemorativo.
A
cada bimestre era-me submetido uma avaliação de cada disciplina, onde essas
avaliações eram realizadas através de uma ferramenta, na qual conhecemos como
prova. As provas eram objetivas, na maioria das vezes, múltipla escolha, mas
não fugíamos das questões abertas. Lembro-me bem, que eram com respostas curtas,
acho que nessas séries eu ainda não era capaz de tamanha memorização ou até
mesmo compreensão de todo o conteúdo.
As
minhas professoras dessas três séries, frequentemente, na qual consigo me
recordar, se utilizava da prática de avaliação classificatória. Sendo que essa
prática, segundo Esteban (2005), “não proporciona espaços para um diálogo, em
que o processo e seus resultados possam ser compartilhados pelos sujeitos nele
envolvidos. Assim essa prática de avaliação submete-se as ideias de mérito,
julgamento, punição e recompensa fazendo com que os avaliados sejam
distanciados e passem a existir entre eles uma hierarquia”.
Concordo
plenamente com Esteban, pois, quase sempre, meu interesse maior era obter as
notas máximas, para fazer parte dos alunos privilegiados, na qual a classe
olharia com outros olhares, e fariam argumentos de mim em outra perspectiva, ou
seja, querendo ou não, teria um respeito superior na classe. Portanto fica clara
a hierarquia desenvolvida por essa prática de avaliação na qual fui submetido
nessas séries. Mas essa prática não ocorreu apenas nessas três séries inicias,
se prolongaram por outras séries, onde recordarei a seguir.
Ao
recordar-me da 4ª série do Ensino Fundamental sinto uma forte emoção, um
sentimento empolgante, pois foi nessa série onde despertou a paixão sem igual
pela disciplina de matemática. Esta paixão advém das oportunidades que tive em
transmitir meu conhecimento para os colegas. Funcionou da seguinte forma, a
professora me incentivava a resolver algumas questões de matemática no quadro
negro, com explicações das questões para toda a classe. Como o conteúdo que
estudara estava dissolvendo, como açúcar na água. Em meu entendimento, me senti
seguro em transmitir o conhecimento que adquiri nas explicações da professora.
Nessa
série, a prática de avaliação da professora, ainda prevalecia a avaliação classificatória.
Utilizava-se das provas como instrumento avaliativo. Outrossim, a professora se
utilizava da prática da avaliação qualitativa. Esteban (2005) define que essa
prática “tem como metodologia priorizar a manipulação dos dados sobre a
compreensão do processo”. Ao decorrer da aprendizagem, a professora desenvolvia
atividades práticas, para assim colocarmos em ação a nossa aprendizagem, ou até
mesmo se utilizava da própria prática para aprendermos sobre determinados
conteúdo.
Nesse aspecto,
lembro bem de uma atividade na qual nós, alunos, fomos submetidos. A atividade
consistia em esquematizarmos um organismo humano. Para desenvolver essa
atividade, se utilizamos de argila, onde para conseguirmos esse material,
tivemos que sair de nossa sala de aula para um açude distante da escola. Assim,
desde a saída da escola até a busca do material e concretização da atividade,
estávamos a todo o momento sendo avaliados. Assim, fomos avaliados durante todo
o processo de aprendizagem.
No final da 4ª
série do Ensino Fundamental realizei um exame. Este exame não era para a
obtenção de nota para a minha aprovação ou reprovação na série atual, mas
apenas para diagnosticar se eu estava apto a ingressar na série seguinte. Assim
como caracteriza Barriga (2003), “uma das funções do exame é determinar se o
sujeito pode ser promovido de uma série para a outra”. Portanto, o exame no
qual fui submetido não tinha essa intensão. Pois, sabe, nem foi divulgado o
resultado do exame. Assim, creio que não foi um exame tão importante.
Da 5ª a 8ª
série do Ensino Fundamental as avaliações realizadas pelos meus professores,
tinha como prevalência a avaliação classificatória. Onde éramos submetidos a
exames, como Barriga descreve, para sermos promovidos de uma série para a
outra. Para a realização das avaliações, as ferramentas utilizadas pelos
professores eram, em grande frequência, a prova, por conseguinte os trabalhos
em equipe e seminários. Também as atividades realizadas no caderno faziam parte
para a obtenção das notas.
No Ensino
Médio, nas séries do 1º ao 3º ano, os professores também se utilizavam da
prática de avaliação classificatória. Nesse grau de ensino, éramos preparados
para enfrentarmos os exames dos vestibulares. Onde esses exames.
Após concluir
o Ensino Médio a expectativa para o ingresso na universidade era tremenda.
Alguns colegas relatavam que tudo era mais difícil, e as avaliações então, sem
comentários. Com isso fui construindo, em pensamento, uma avaliação
assustadora.
Ao adentrar na
universidade percebi a realidade das avaliações contidas nessa instituição.
Visava ser uma avaliação padrão, ou seja, de mesma forma, para todas as disciplinas.
Mas a realidade é outra, onde na verdade as formas de avaliações variam de
professor para professor.
No primeiro
período, o tipo de avaliação que predominava era a classificatória. Onde fui
submetido a uma pontuação para poder ter o tão esperado título, aprovado ou
reprovado. O segundo período também teve um desenvolvimento parecido com o
primeiro a respeito das avaliações. No entanto, algumas disciplinas,
principalmente da área da educação, já se utilizava de outras ferramentas de
avaliação, além da prova, como, trabalhos individual e/ou em equipe,
seminários. Terceiro, quarto e quinto período, ainda prevalecia a prática do
exame, ou seja, muitos professores se utilizavam de avaliações
classificatórias, onde sua principal ferramenta avaliativa era a prova. Essa
prática era exercida principalmente pelos professores de disciplinas de área da
Matemática pura.
E no atual
período, sexto, as avaliações tomaram outro rumo. Há uma mistificação das
práticas avaliativas, onde os professores se utilizam das práticas avaliativas
classificatória e qualitativa. Nesse período, a prática de avaliação
predominante é a qualitativa. Portanto, os professores acompanham o
desenvolvimento de aprendizagem dos alunos.
Assim em minha
trajetória estudantil a prática de avaliação que prevaleceu, pelos meus
professores, foi a avaliação classificatória. Mesmo assim, outras práticas de
avaliação foram empregadas, como a avaliação qualitativa. Na avaliação
qualitativa tive um excelente desempenho, visto que, o professor avaliava-me em
processo, ou seja, o que importava para ele era o meu desempenho, a minha
aprendizagem no percurso desse processo. Mas a avaliação classificatória, não
classifico-a positivamente, pois para esse tipo de avaliação o que importava
era o que eu sabia naquele momento em que era aplicada a avaliação, a prova,
exemplo de instrumento utilizado na avaliação classificatória. Daí, em muitos
casos, eu se utilizava da memorização para se sair bem na avaliação. Onde, na
maioria das vezes, o conteúdo se “evadia” na mesma rapidez em que adquirira.
REFERÊNCIAS
ESTEBAN,
Maria Teresa. Ser professora: avaliar e ser avaliada. In: ESTEBAN, Maria Teresa
(org.) Escola, currículo e avaliação.
2.ed. São Paulo, Cortez, 2005, p. 14 e 16.
BARRIGA. Angel Diaz. Uma polêmica em relação ao exame.
In: ESTEBAN, Maria Teresa (Org.). Avaliação:
uma prática em busca de novos sentidos. 5. Ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2003,
p. 58.
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