terça-feira, 5 de agosto de 2014

Seminário 3 - Por uma prática docente crítica e construtiva

Este seminário foi proposto pelo professor Joseval, da disciplina de Avaliação da Aprendizagem, para eu (Cosmo Matias) e meu colega Júlio Cézar. Porém o mesmo foi apresentado no dia 09 de junho de 2014 por mim.
No seminário, abordei sobre as práticas de avaliação nos anos passados e nos atuais. Refletimos sobre os fundamentos pedagógicos da prática docente.

Confira abaixo a síntese do texto: Por uma prática docente crítica e construtiva, de Luckesi.



SÍNTESE DO TEXTO “POR UMA PRÁTICA DOCENTE CRÍTICA E CONSTRUTIVA”

Cipriano Carlos Luckesi

A prática docente tem que ser crítica no sentido de desenvolver sua prática nas determinações sociais. E tem que ser construtiva na medida em que usem os princípios científicos para a aprendizagem do aluno. Aqui será abordada a temática da prática docente, o trabalho cotidiano do professor. Se cada professor tiver grande empenho nas suas atividades, podemos afirmar que o melhoramento dos alunos será bem maior.

A educação do ponto de vista tanto do governo, quanto dos professores é fazer com que os alunos possam se desenvolver individual e coletivamente. Mas muitas vezes o que acontece é que os próprios educadores não tem comprometimento com esse trabalho escolar. Dificultando ainda mais os problemas dos alunos, que enfrentam muitas vezes a repetência, a evasão escolar e o analfabetismo.
De um modo geral, além desses problemas ainda existe o fato de vários alunos ou a grande maioria pertencer às camadas mais baixas da sociedade. Isso não vem de hoje. Na história da humanidade é comum vermos as classes altas sendo privilegiadas no ensino, enquanto que as classes mais baixas sendo excluídas dos estudos.
Podemos citar o exemplo de Esparta e Atenas, na Grécia. Onde na primeira cidade, os militares tinham prioridade na educação, assim como na segunda cidade, os cidadãos atenienses e romanos tinham privilégios na educação. No Brasil, houve uma diferenciação na educação, onde pobres estudavam em Liceus e Ofícios; enquanto a classe dominante predominava nas primeiras universidades do país.
Não podemos somente colocar a culpa na classe docente por erros educacionais. É preciso saber que todo o sistema participa ativamente da educação. O trabalho do professor quando é feito com propósito de desenvolver o aluno, faz grande diferença, porque faz com que o aluno possa permanecer em sala de aula devido a ter um professor que age diferente, ou que faz a diferença.
O desenvolvimento do educando envolve o desenvolvimento do ser humano, como por exemplo, a cognição, afetividade, psicomotricidade e o modo de viver. Além das capacidades de analisar, compreender, sintetizar, julgar, etc. A educação é o meio pelo qual a sociedade se reproduz e se renova cultural e espiritualmente, com consequências materiais.
Os conhecimentos adquiridos, que servem como um dos elementos de desenvolvimento do educando trazem em si também a metodologia e a visão de mundo com as quais foram elaboradas. Por exemplo, o conhecimento da adição em Matemática, traz dentro de si a metodologia da adição. São elementos separáveis didaticamente, mas de um modo geral inseparáveis.
É muito importante que as habilidades se transformem em hábitos, no sentido de que os hábitos são automatismos que se desenvolvem pelo exercício de um modo qualquer de agir. São necessários no desenvolvimento humano. Na Matemática, os hábitos adquiridos na aprendizagem das operações básicas, fazem com que os raciocínios se desenvolvam com complexidade.
Os conteúdos socioculturais são de grande importância para a formação das convicções sociais e para o desenvolvimento das capacidades do educando. A cultura existente é necessária para o desenvolvimento das novas gerações. A assimilação dessa cultura serve de base para o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas de cada sujeito social.
Há duas formas de aprendizagem: a espontânea e a intencional. A aprendizagem espontânea acontece nas situações do nosso cotidiano; por exemplo, as relações com os colegas, os modos de falar, os modos de se vestir, etc. Essa aprendizagem é significativa, mas ineficiente quando se fala em assimilar os conteúdos socioculturais.
Já a aprendizagem intencional, como o próprio nome diz, é a busca intencional do conhecimento. Os alunos ao frequentarem a escola estão buscando o conhecimento intencional. O professor propõe conteúdos socioculturais que estimulam a assimilação ativa dos conhecimentos por parte do educando assim também como o desenvolvimento cognoscitivo.
A aprendizagem reflexa seria a fixação de resumos, de conhecimentos na memória do educando. Diferente da aprendizagem ativa. A aprendizagem ativa é aquela construída pelo educando a partir da assimilação ativa dos conteúdos socioculturais. O aluno se desenvolve à medida que torna propriamente suas as experiências vividas. É preciso que o conhecimento possibilite a iluminação da realidade.
A arte de ensinar é a de criar condições para que o aluno entenda aquilo que se está querendo que ele aprenda. E para que essa aprendizagem seja feita de forma efetiva, é preciso que os conteúdos aprendidos pelo aluno sejam compreendidos e internalizados, só dessa forma é possível ter um melhor desenvolvimento nos estudos.
O ensino sistemático é um modo de propor aos alunos conteúdos escolares que tenham conflito com o atual nível de desenvolvimento. Somente desta forma, o aluno pode avançar, pois o ensino traz ao aluno algo novo que o desafia e consequentemente faz ele progredir em seus conhecimentos escolares. O nível de dificuldade deve ser assimilável pelo estudante.
Piaget fala da aprendizagem e dos processos de assimilação e acomodação. A assimilação se dá entre o suporte cultural e cognitivo do educando e os elementos do conteúdo novo de aprendizagem. A acomodação é a aquisição nova por parte do educando. Só é possível aprender na medida em que já se tenha os mecanismos de assimilação do novo que vai ser ensinado.
            Segundo o autor o processo de ensino/aprendizagem apresentam quatro elementos principais a serem levados em consideração: assimilação receptiva de conhecimentos e metodologias; exercitação de conhecimentos, metodologias e visões de mundo; aplicação de conhecimentos e metodologias; inventividade. A prática do ensino/aprendizagem não terá de seguir essa ordem.
            São mostrados, pelo autor, quatro objetivos fundamentais na aprendizagem, a saber, 1 – assimilar receptivamente conhecimentos e metodologias como conteúdos socioculturais; 2 – apropriar-se dinâmica e independentemente desses conhecimentos e metodologias, por meio da exercitação; 3 – transferir inteligentemente esses conhecimentos e metodologias para situações-problemas diversas daquelas com as quais os conhecimentos e metodologias foram produzidos e transmitidos; 4 – produzir novas e criativas visões e interpretações da realidade.
            Assim, o educador deverá exercitar suas atividades. Portando deverá planejar, executar e avaliar tendo em vista construir os resultados que espera obter, que é, no caso, o desenvolvimento do educando.

REFERÊNCIA
LUCKESI, Cipriano Carlos. Por uma prática docente crítica e construtiva. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p. 139-169

Confira agora os slides utilizados na apresentação do seminário.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contribua aqui com seu FeedBack acerca da publicação acima.