No seminário, abordei sobre as práticas de avaliação nos anos passados e nos atuais. Refletimos sobre os fundamentos pedagógicos da prática docente.
Confira abaixo a síntese do texto: Por uma prática docente crítica e construtiva, de Luckesi.
SÍNTESE
DO TEXTO “POR UMA PRÁTICA DOCENTE CRÍTICA E CONSTRUTIVA”
Cipriano Carlos
Luckesi
A prática docente tem que ser crítica no
sentido de desenvolver sua prática nas determinações sociais. E tem que ser
construtiva na medida em que usem os princípios científicos para a aprendizagem
do aluno. Aqui será abordada a temática da prática docente, o trabalho
cotidiano do professor. Se cada professor tiver grande empenho nas suas
atividades, podemos afirmar que o melhoramento dos alunos será bem maior.
A educação do ponto de vista tanto do
governo, quanto dos professores é fazer com que os alunos possam se desenvolver
individual e coletivamente. Mas muitas vezes o que acontece é que os próprios
educadores não tem comprometimento com esse trabalho escolar. Dificultando ainda
mais os problemas dos alunos, que enfrentam muitas vezes a repetência, a evasão
escolar e o analfabetismo.
De um modo geral, além desses problemas
ainda existe o fato de vários alunos ou a grande maioria pertencer às camadas
mais baixas da sociedade. Isso não vem de hoje. Na história da humanidade é
comum vermos as classes altas sendo privilegiadas no ensino, enquanto que as
classes mais baixas sendo excluídas dos estudos.
Podemos citar o exemplo de Esparta e
Atenas, na Grécia. Onde na primeira cidade, os militares tinham prioridade na
educação, assim como na segunda cidade, os cidadãos atenienses e romanos tinham
privilégios na educação. No Brasil, houve uma diferenciação na educação, onde
pobres estudavam em Liceus e Ofícios; enquanto a classe dominante predominava
nas primeiras universidades do país.
Não podemos somente colocar a culpa na
classe docente por erros educacionais. É preciso saber que todo o sistema
participa ativamente da educação. O trabalho do professor quando é feito com
propósito de desenvolver o aluno, faz grande diferença, porque faz com que o
aluno possa permanecer em sala de aula devido a ter um professor que age
diferente, ou que faz a diferença.
O desenvolvimento do educando envolve o
desenvolvimento do ser humano, como por exemplo, a cognição, afetividade, psicomotricidade
e o modo de viver. Além das capacidades de analisar, compreender, sintetizar, julgar,
etc. A educação é o meio pelo qual a sociedade se reproduz e se renova cultural
e espiritualmente, com consequências materiais.
Os conhecimentos adquiridos, que servem
como um dos elementos de desenvolvimento do educando trazem em si também a
metodologia e a visão de mundo com as quais foram elaboradas. Por exemplo, o
conhecimento da adição em Matemática, traz dentro de si a metodologia da
adição. São elementos separáveis didaticamente, mas de um modo geral
inseparáveis.
É muito importante que as habilidades se
transformem em hábitos, no sentido de que os hábitos são automatismos que se
desenvolvem pelo exercício de um modo qualquer de agir. São necessários no
desenvolvimento humano. Na Matemática, os hábitos adquiridos na aprendizagem
das operações básicas, fazem com que os raciocínios se desenvolvam com
complexidade.
Os conteúdos socioculturais são de
grande importância para a formação das convicções sociais e para o
desenvolvimento das capacidades do educando. A cultura existente é necessária
para o desenvolvimento das novas gerações. A assimilação dessa cultura serve de
base para o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas de cada sujeito
social.
Há duas formas de aprendizagem: a
espontânea e a intencional. A aprendizagem espontânea acontece nas situações do
nosso cotidiano; por exemplo, as relações com os colegas, os modos de falar, os
modos de se vestir, etc. Essa aprendizagem é significativa, mas ineficiente
quando se fala em assimilar os conteúdos socioculturais.
Já a aprendizagem intencional, como o
próprio nome diz, é a busca intencional do conhecimento. Os alunos ao
frequentarem a escola estão buscando o conhecimento intencional. O professor
propõe conteúdos socioculturais que estimulam a assimilação ativa dos
conhecimentos por parte do educando assim também como o desenvolvimento
cognoscitivo.
A aprendizagem reflexa seria a fixação
de resumos, de conhecimentos na memória do educando. Diferente da aprendizagem
ativa. A aprendizagem ativa é aquela construída pelo educando a partir da assimilação
ativa dos conteúdos socioculturais. O aluno se desenvolve à medida que torna
propriamente suas as experiências vividas. É preciso que o conhecimento possibilite
a iluminação da realidade.
A arte de ensinar é a de criar condições
para que o aluno entenda aquilo que se está querendo que ele aprenda. E para
que essa aprendizagem seja feita de forma efetiva, é preciso que os conteúdos
aprendidos pelo aluno sejam compreendidos e internalizados, só dessa forma é
possível ter um melhor desenvolvimento nos estudos.
O ensino sistemático é um modo de propor
aos alunos conteúdos escolares que tenham conflito com o atual nível de
desenvolvimento. Somente desta forma, o aluno pode avançar, pois o ensino traz
ao aluno algo novo que o desafia e consequentemente faz ele progredir em seus
conhecimentos escolares. O nível de dificuldade deve ser assimilável pelo
estudante.
Piaget fala da aprendizagem e dos
processos de assimilação e acomodação. A assimilação se dá entre o suporte
cultural e cognitivo do educando e os elementos do conteúdo novo de
aprendizagem. A acomodação é a aquisição nova por parte do educando. Só é
possível aprender na medida em que já se tenha os mecanismos de assimilação do
novo que vai ser ensinado.
Segundo o autor o processo de
ensino/aprendizagem apresentam quatro elementos principais a serem levados em
consideração: assimilação receptiva de conhecimentos e metodologias;
exercitação de conhecimentos, metodologias e visões de mundo; aplicação de
conhecimentos e metodologias; inventividade. A prática do ensino/aprendizagem
não terá de seguir essa ordem.
São mostrados, pelo autor, quatro
objetivos fundamentais na aprendizagem, a saber, 1 – assimilar receptivamente
conhecimentos e metodologias como conteúdos socioculturais; 2 – apropriar-se
dinâmica e independentemente desses conhecimentos e metodologias, por meio da
exercitação; 3 – transferir inteligentemente esses conhecimentos e metodologias
para situações-problemas diversas daquelas com as quais os conhecimentos e
metodologias foram produzidos e transmitidos; 4 – produzir novas e criativas
visões e interpretações da realidade.
Assim, o educador deverá exercitar
suas atividades. Portando deverá planejar, executar e avaliar tendo em vista
construir os resultados que espera obter, que é, no caso, o desenvolvimento do
educando.
REFERÊNCIA
LUCKESI, Cipriano
Carlos. Por uma prática docente crítica e construtiva. In: LUCKESI, Cipriano
Carlos. Avaliação da aprendizagem
escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p. 139-169Confira agora os slides utilizados na apresentação do seminário.
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